A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação. A matéria prima para a fabricação do papel já está escassa, mesmo com políticas de reflorestamento e com uma maior conscientização da sociedade em geral. Com o uso dos computadores, muitos cientistas sociais acreditavam que o uso de papel diminuiria, principalmente na indústria e nos escritórios, mas ISO não ocorreu e o consumo de papel nas duas últimas décadas do século XX foi recorde.
O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório, envelopes, papel para impressão, entre outros usos.
DIFERENTES CLASSES DE PAPEL:
O lixo derivado do papel de escritório é formado por diferentes tipos de papéis. Os programas de reciclagem dão valores diferentes à coleta de algumas categorias, como o papel branco de computador., que é considerado "apara nobre".
Os papéis mesclados, contendo diferentes fibras e cores, são também coletados para reciclagem, embora tenham valor menor.
Os papéis higiênicos não são encaminhados para reciclagem. O mesmo ocorre com papéis vegetais, parafinados, carbono, plastificados e metalizados.
QUANTO É RECICLADO?
41% do papel que circulou no País em 2002 retornou à produção através da reciclagem. Para este cálculo, considerou-se a produção total e o consumo aparente.
A maior parte do papel destinado à reciclagem, cerca de 86%, é gerado por atividades comerciais e industriais.
No Brasil, a disponibilidade de aparas de papel é grande. Mesmo assim, as indústrias precisam periodicamente fazer importações de aparas para abastecer o mercado. Quando há escassez da celulose e o conseqüente aumento dos preços do reciclado, as indústrias recorrem à importação de aparas em busca de melhores preços. No entanto, quando há maior oferta de celulose no mercado, a demanda por aparas diminui, abalando fortemente a estrutura de coleta, que só volta a se normalizar vagarosamente.
No Brasil, há pouco incentivo para a reciclagem de papel.
O ciclo de vida do papel
O papel é separado do lixo e vendido para sucateiros que enviam o material para depósitos. Ali, o papel é enfardado em prensas e depois encaminhado aos aparistas, que classificam as aparas e revendem para as fábricas de papel como matéria-prima.
Ao chegar à fábrica, o papel entra em uma espécie de grande liquidificador, chamado "Hidrapulper", que tem a forma de um tanque cilíndrico e um rotor giratório ao fundo.
O equipamento desagrega o papel, misturado com água, formando uma pasta de celulose.
Uma peneira abaixo do rotor deixa passar impurezas, como fibras, pedaços de papel não desagregado, arames e plástico.
Em seguida, são aplicados compostos químicos - água e soda cáustica - para retirar tintas. Uma depuração mais fina, feita pelo equipamento "Centre-cleaners", separa as areias existentes na pasta. Discos refinadores abrem um pouco mais as fibras de celulose, melhorando a ligação entre elas.
Finalmente, a pasta é branqueada com compostos de cloro ou peróxido, seguindo para as máquinas de fabricar papel.
Papel reciclável x Papel não-reciclável
Reciclável Não-reciclável
Caixa de papelão Papel sanitário
Jornal Copos descartáveis
Revista Papel carbono
Impressos em geral Fotografias
Fotocópias Fitas adesivas
Rascunhos Etiquetas adesivas
Envelopes
Papel timbrado
Embalagens longa-vida *
Cartões
Papel de fax
* papel + plástico + alumínio
Vantagens de Reciclar Papel
· Redução dos custos das matérias-primas: a pasta de aparas é mais barata que a celulose de primeira.
· Economia de recursos naturais :
· Madeira: Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30 árvores.
·
Água: Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2.000 litros de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a 100.000 litros por tonelada.
·
Energia: Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos com pasta de refinador.
·
Redução da Poluição: Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita anteriormente. Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo com grandes indústrias, às vezes subsidiadas, não fazem muitos investimentos em controle ambiental.
· Criação de empregos: estima-se que, ao reciclar papéis, sejam criados cinco vezes mais empregos do que na produção do papel de celulose virgem e dez vezes mais empregos do que na coleta e destinação final de lixo.
PAPEL ONDULADO
O papel ondulado, mais conhecido como corrugado, também é chamado de papelão, embora o termo não seja tecnicamente correto.
É usado em caixas para transporte de produtos para fábricas, depósitos e residências.
O consumo de papel ondulado em 2000 foi de 1,7 milhão .
QUANTO É RECICLADO?
72% do volume de papel ondulado consumido no Brasil é reciclado, um dos materiais que mais se recicla no país.
As caixas feitas em papel ondulado são responsáveis pela utilização de 80% das aparas recicladas.
O material é de fácil coleta em grandes volumes comerciais, por ISO seu custo de processamento é relativamente baixo.
VANTAGENS DE RECICLAR O PAPEL ONDULADO
Uma tonelada de aparas pode evitar o corte de 10 a 12 árvores de plantações comerciais reflorestadas.
A fabricação de papel com uso de aparas gasta 10 a 50 vezes menos água que no processo tradicional que usa celulose virgem, além de reduzir o consumo pela metade.
CICLO DE VIDA DO PAPEL ONDULADO
As cooperativas e sucateiros encaminham o papel ondulado separado e desmontado aos aparistas, que então enviam para as indústrias papeleiras.
O material é desagregado no "hidrapulper", uma espécie de liquidificador gigante que separa as fibras, transformando-as em uma mistura homogênea. Em seguida, por meio de peneiras, retira-se as impurezas, como fitas adesivas e metais.
Ao contrário do papel de escritório, não é preciso aplicar técnicas de limpeza fina, retirada de tintas, branqueamento do material e lavagens especiais.
EMBALAGENS CARTONADAS LONGA VIDA
Em 2000, o Brasil consumiu 6 bilhões de embalagens Longa Vida.
Sendo uma das mais modernas, preserva alimentos por muitos meses, além de mantê-los fora do alcance de bactérias e microorganismos.
Composta de várias camadas de material - papel duplex, polietileno de baixa densidade e alumino, a embalagem Longa Vida vem com uma barreira que impede a entrada de luz, água e microorganismos nos alimentos e bebidas .
As embalagens Longa Vida também têm vantagens ambientais, como a facilidade no transporte: uma embalagem pesando menos de 30 gramas armazena mais que um quilo de leite e não necessita de transporte refrigerado, evitando o consumo de óleo diesel, um recurso natural não renovável, além de não necessitar de uma outra embalagem para proteção no transporte.
A embalagem cartonada dispensa por muitos meses a refrigeração, processo atualmente apontado como o maior consumidor mundial de CFC (clorofluorcarbono).
Com peso unitário baixo, também exige menos quantidade de combustível para ser transportada, contribuindo para diminuir a emissão de gases poluentes, que contribuem para o efeito estufa/
QUANTO É RECICLADO
15% foi reciclado em 2000, totalizando 22,5 mil toneladas, 5% a mais do que no ano anterior.
VANTAGENS DE RECICLAR A EMBALAGEM LONGA VIDA
Cada tonelada de embalagem cartonada reciclada gera, aproximadamente, 650 kg de papel Kraft, economizando o corte de 20 árvores cultivadas em áreas de reflorestamento comercial.
Os resíduos são transformados em papel toalha, sacos industriais, solados de sapato, tapetes de carro e espaçadores de "pallets.
CICLO DE VIDA DA EMBALAGEM LONGA VIDA
A reciclagem da embalagem Longa Vida é feita por meio de alguns equipamentos: o "hidrapulper", um purificador, células de flotação para tratamento das águas residuais, peneira pressurizadas e baterias de cones purificadores.
O material é agitado com água no "hidrapulper" durante 30 minutos.
Depois, o líquido resultante é filtrado e lavado para recuperação das fibras, usadas na produção de papel ondulado, papel Kraft, papel toalha, etc.
Os resíduos de alumínio e polietileno são queimados em caldeiras de biomassa, com filtros, para geração de vapor.
O papel existente nas embalagens cartonadas pode ser compostado para produção de húmus utilizado em hortas e jardins.
Fonte: www.reviverde.org.br
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